Tempos do Antigo Testamento, de R. K. Harrison, é um trabalho historiográfico. Harrison se empenhou em uma pesquisa acuradíssima de…
Mais importante do que ler a Bíblia é compreendê-la. Para isso, tanto a TS quanto a TB são fundamentais. Mas, de maneira especial, a TB ajuda o cristão a compreender o desenvolvimento teológico ao longo das páginas, conforme a Revelação progride nas narrativas. Por isso, todo cristão deveria se sentir motivado a ler materiais assim.
“O Dinamismo das Tradições do Antigo Testamento” é apenas mais uma das zilhões de análises, sem praticamente nenhum proveito, do…
O autor define a proposta assim: “…a teologia bíblica trata da leitura da Bíblia, não como se fossem sessenta e seis livros separados, mas um único livro com uma única trama: a glória de Deus exibida por meio de Jesus Cristo. A teologia bíblica é, portanto, sobre descobrir a unidade da Bíblia no meio de sua diversidade. É sobre entender o que poderíamos chamar de metanarrativa da Bíblia”, p. 16.
Estou surpreso com este material. Não o levei muito a sério no início, mas rapidamente vi que se tratava de uma pesquisa que vi muito além de uma introdução.
Muitas das tentativas do autor de conectar o AT ao NT são superficiais e duvidosas, nitidamente forçadas, e isso permeia o livro inteiro. Porém, esse é um problema pequeno dada a pesquisa desse material.
“Defendemos nesta obra que eles devem ser vistos na descrição diacrônica dos livros da Bíblia. Ou seja, procuramos descrever o que os textos da Bíblia afirmaram sobre Deus nos termos de cada livro, prefencialmente dentro do seu lugar na história da revelação progressiva de Deus”, p. 135.
O livro não tem nada que não se encontre em quaisquer materiais introdutórios, mas aqui, o autor realmente economiza explicações. As informações não estão concisas, estão de fato resumidas. As informações não são ruins, são só fracas. Para quem já leu qualquer material a respeito, não irá acrescentar em nada, EXCETO se o leitor nunca tiver tido nenhum contato com teologia liberal, aí é outra história, e é também onde entra o meu segundo problema com o livro: o autor é liberal.
O material é uma excelente introdução à disciplina, apesar de ser um pouco cansativo nos apêndices, que é onde o Mitte se desenvolve – o Mitte é a proposta de “tema central” para a conexão/harmonização/interpretação do Antigo Testamento.
No caso deste livro aqui, de Laird Harris, é o contrário: não há grandes (ou nenhum) insights do autor, os argumentos não são os melhores (são, no máximo, razoáveis para uma Bibliologia) e fica nisso mesmo, sem nenhuma proposta didática diferente.