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Teologia Bíblica – Antigo Testamento, Mauro Meister – RESENHA

Esse livro, “Teologia Bíblica – Antigo Testamento”, de Mauro Meister, na verdade é o material da disciplina que leva o mesmo nome, ofertada no C.P. Andrew Jumper.

O material é uma excelente introdução à disciplina, apesar de ser um pouco cansativo nos apêndices, que é onde o Mitte se desenvolve – o Mitte é a proposta de “tema central” para a conexão/harmonização/interpretação do Antigo Testamento.

O livro começa com uma definição sobre Teologia Bíblica que, basicamente, fala sobre uma hermenêutica teológica de cada passagem à luz do progresso da revelação.

Depois disso, o autor trabalha justamente o Mitte, o centro unificador – ele analisa propostas usuais, mostrando seus pontos fortes e fracos, depois propõe seu próprio Mitte, que é tríplice: Reino – Pacto – Mediator.

Para tal, a importância da definição correta do cânon também ganha destaque e justificativa.

Vários métodos diferentes de se fazer teologia bíblica são analisados, incluindo o método cristocêntrico, que o autor retirou do livro A Espiral Hermenêutica, cuja única resenha no Skoob até o momento é a minha, neste link: https://www.skoob.com.br/livro/resenhas/69012

Depois de analisar os diferentes métodos, o autor sugere um método misto, aproveitando os pontos positivos, formando essa lista que segue abaixo:

1. Os dados na construção teológica devem refletir o pensamento individual de um autor assim como o gênero literário que é utilizado (sabedoria, o pensamento de Marcos ou Mateus, ou Rute).

2. Devemos trabalhar com a forma canônica final dos documentos (para evitar a reconstrução especulativa) e buscar o inter-relacionamento dos temas teológicos entre autores e livros da Bíblia.

3. Começar com o pensamento das obras e autores individualmente e depois traçar os temas à medida em que eles emergem naturalmente desses escritos e depois verificar os aspectos de unidade.

4. Descobrir os temas individuais e depois a sua unidade dinâmica e os aspectos múltiplos que os unem.

5. Trabalhar com o pressuposto de que os autores individuais conheciam, em certa medida, o pensamento de autores anteriores a eles, assim como aspectos do pensamento de seus contemporâneos.

6. Trabalhar com ambos os testamentos, enfatizando tanto a sua unidade como a diversidade.

O material esbanja comprometimento com a fé cristã protestante, mais especificamente a Teologia Reformada.

A minha única dificuldade, como disse no início, é na insistência com o Aliancismo, que muitas vezes não encontra qualquer evidência exegética e é meramente imposto por uma suposta necessidade de metanarrativa bíblica.

Em suma, o material é bom e deveria ser finalmente publicado como livro.

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