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O que vem por aí? Não importa. Viva a sua fé!

a esperança em hebreus

Por Lucas Rosalem.

“Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem” (Hebreus 11:1).

Esse versículo é muito mais complexo do que parece. Não porque a afirmação seja difícil de entender, mas porque o autor não está definindo o significado de fé. Isso mesmo!

Mas antes de explicar isso, você precisa entender o que o povo hebreu pensava sobre fé. Para pensar sobre isso, vamos usar uma afirmação do apóstolo Paulo: “Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor” (1Coríntios 13:13).

Por que o amor é maior que a fé e a esperança? Porque o amor é para sempre, enquanto a fé e a esperança nós precisamos nesta vida. E por que não precisaremos de fé e esperança na eternidade? É óbvio, mas vamos pensar nisso mesmo assim: não porque aquilo que esperamos agora já teremos alcançado na eternidade; aquilo em que acreditávamos.

No pensamento hebreu (ou seja, por todo o AT) não existia esse conceito de fé que nós temos no NT. É por isso que o AT não desenvolve esse assunto. Ao contrário, o assunto desenvolvido é a obediência a Deus: fidelidade. O motivo é simples: no AT, a fé da forma que aparece no NT não era necessária, pois o povo via Deus agir extraordinariamente o tempo inteiro diante dos seus olhos. O termo que melhor definia o povo de Deus, então, era a fidelidade.

Mas mesmo para o povo hebreu havia um assunto em que era necessário ter fé: as promessas que esse Deus fez. Por quê? Porque promessas são justamente sobre coisas que não vemos, coisas que estão no futuro. Em promessas, nós apenas podemos confiar.

A primeira parte do livro de Hebreus (até o capítulo 9) trata basicamente de fidelidade, pois era assim que a perseverança na fé era entendida pelos hebreus. Na segunda parte, porém, o assunto muda, tratando das promessas. É aí que começa uma série de explicações e exemplos sobre a fé. Enquanto até o capítulo 9 Hebreus cita a palavra “fé” apenas 3 vezes, dos capítulos 10 ao 13 a palavra é usada 30 vezes.

Mas o mais interessante é que o autor não está falando da fé! Isso mesmo. Ele está usando a compreensão sobre a fé para falar de outro assunto: a esperança! E é aí que o verso lá em cima começa a fazer sentido.

Quando ele diz que a fé é a certeza de coisas que nós esperamos, ele não está dizendo “a fé significa tal coisa”. Ele está chamando aqueles irmãos em momentos de sofrimento intenso a se lembrarem do que é que motivava a esperança de Abraão: a fé. Ou seja, o foco está em esperar: a esperança. Qual é a esperança cristã? Que um dia toda injustiça será punida e terminará; que um dia todo o nosso sofrimento chegará ao fim e viveremos pela eternidade com Jesus. E qual é o fundamento dessa esperança tão grande? A fé! Pois a fé é a convicção de fatos que nós não vemos.

O livro de Hebreus é sobre a esperança cristã. É um livro o motivo pelo qual compensa perseverar mesmo em meio a tanto sofrimento nesta vida. O livro de Hebreus nos ensina de onde é que tiramos tanta disposição para enfrentar tudo o que vier, com os olhos fixos nas promessas.

“Foram apedrejados, provados, serrados pelo meio, mortos a fio de espada; andaram peregrinos, vestidos de peles de ovelhas e de cabras, necessitados, afligidos, maltratados (homens dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos, pelos montes, pelas covas, pelos antros da terra” (Hebreus 11:37-38).

Por que Hebreus nos dá os exemplos mais fortes de todo o NT? Porque o autor sabia que se nada daquilo havia abalado os servos de Deus no passado, tampouco abalaria os verdadeiros filhos de Deus na Nova Aliança!

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