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Trazendo à memória a Esperança!

“Nunca se celebrara em Israel uma páscoa
semelhante a essa” (2 Crônicas 35)

É curioso que tanto tempo depois da primeira páscoa, depois de tantos momentos importantes, impressionantes e de vitória, essa páscoa, nos tempos do rei Josias, tenha sido tão memorável como a passagem a descreve, não é?
O problema de Israel era que eles haviam se esquecido do grande evento de salvação! O povo havia se esquecido do pacto que Deus fizera com eles concedendo livramento e preservação. O descaso trouxe juízo. Agora, o anjo da morte não passaria sem tocá-los.

Como foi profetizado pelo profeta Oséias, um grande império pagão agressivo havia se levantado trazendo juízo de Deus: o Império Assírio. As tribos estavam divididas entre dois reinos desde a morte de Salomão entre: Israel ao norte e Judá ao sul. Israel estava totalmente dominado pela Assíria e Judá em uma situação delicada, com o reino sendo pressionado e influenciado, com pouca autonomia, além de muitos problemas de pecado e idolatria com cada rei que assumia o trono. Até que, em dado momento, o Império Assírio tem seu poder enfraquecido e Deus levanta um novo rei em Judá, chamado Josias, que aproveita a ocasião para fazer uma reforma religiosa.

Nessa reforma, o sumo-sacerdote encontrou um livro misterioso e desconhecido na Casa do Tesouro. Tal era a situação dos judeus que o sacerdote nem sabia como ler o tal livro e o levou a um escriba que se assustou com o que estava escrito: se tratava de um rolo de Deuteronômio! Josias deve ter tido arrepios de perceber como eles estavam longe do pacto feito entre Deus e Israel!

Como poderiam escapar impunes da ira de Deus depois de tanto tempo de descaso, pecado e idolatria? Quem pagaria a conta? Sangue certamente seria derramado! De imediato, houve um profundo arrependimento que projetou aquela mera reforma do santuário para uma transformação no rei, na classe sacerdotal e nos levitas, que se estendeu a todo território de Israel. Esse é o potencial da Palavra do Senhor!

Diante do arrependimento sincero do rei, Deus manda um recado a ele, dizendo que Israel sofreria ainda mais, mas Judá escaparia do juízo (2Rs 22:16-20).

Josias chama todo o povo, faz todo o povo ouvir aquelas palavras do livro, renovando assim o pacto. O rei começa, assim, a trazer a memória do povo de Deus aos seus contemporâneos. A memória os conectou novamente à Aliança e uma esperança gloriosa estava sendo declarada. O resultado não poderia ser outro! Arrependimento profundo, mudança de mente, renovação da fé e uma esperança restaurada.

Ninguém subestime o poder de transformação que a Palavra de Deus pode causar no ser humano!
Mais uma vez o Senhor usaria de sua misericórdia com o remanescente fiel de Israel. Mais uma vez haveria perdão de pecados. Mais uma vez eles teriam esperança!

Com o fervor restaurado, a páscoa volta a ser celebrada e nunca antes se celebrara em Israel uma páscoa semelhante.
A história de Israel é a nossa história. A história de Josias é a nossa história! Esses eventos de salvação vão culminar na Nova Aliança, no Cristo vivo que triunfou sobre a morte e o pecado em sua cruz e ressurreição.

A Lei lembrou Israel do pacto, a Antiga Aliança. O Evangelho nos lembra do nosso pacto, a Nova Aliança, firmada com Cristo em sua morte e ressurreição. Lembrar da Aliança é lembrar do sangue derramado pelo Cordeiro! É lembrar que estamos cobertos pela proteção de Cristo! O anjo da morte passará, mas já não pode nos tocar. É isso que a páscoa nos traz à memória.

Glória a Deus!

– Lucas Rosalem

— Este texto é a 4ª parte da Série A Páscoa & o Evangelho. Confira a série completa AQUI.


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