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Os que sofrem

aos que sofrem

Por Lucas Rosalem.

Eis uma pergunta interessante: o seu pastor já pregou sobre essa passagem abaixo?

“Não amem o dinheiro; estejam satisfeitos com o que têm. Porque Deus disse: ‘Não o deixarei; jamais o abandonarei’.” (Hebreus 13:5).

Se o seu pastor nunca pregou sobre essa e outras incontáveis passagens que dizem a mesma coisa, ele definitivamente não está interessado em ensinar Bíblia, pois ele mesmo não crê na fé protestante.

Existem inúmeras passagens semelhantes a essa em praticamente todos os livros da Bíblia (senão em todos mesmo). Ainda assim, talvez essa seja uma das mais difíceis de engolir pela forma clara como a coisa é dita sem rodeios. O mais interessante é que, assim como qualquer outra passagem bíblica, ela tem um contexto que dá ainda mais profundidade e significado ao texto. Tente compreender por conta própria o sentido do verso depois de ler, abaixo, como o capítulo começa:

“Continuem a amar uns aos outros como irmãos. Não se esqueçam de demonstrar hospitalidade, porque alguns, sem o saber, hospedaram anjos. Lembrem-se dos que estão na prisão, como se vocês mesmos estivessem presos. Lembrem-se dos que são maltratados, como se sofressem os maus-tratos em seu próprio corpo” (Hebreus 13:1-3).

Cada pedacinho do texto acima é importante. É uma bomba de orientações muito práticas que nos lembra muito da carta de Tiago, que basicamente nos explica como a fé só é verdadeira se ela é frutífera, se ela apresenta uma vida condizente com o amor ao próximo. Esse amor ao próximo não é sentimental, é um compromisso existencial para se experimentar e desenvolver dia após dia da forma menos egoísta possível.

Perceba que não existe nenhuma sugestão de que nós devamos esperar que, por exemplo, o governo faça alguma coisa. A solução não é colocada na mão de instituições, muito menos de políticos. Quem deve agir somos eu e você, porque essa deveria ser a nossa forma normal de viver, a forma coerente com o Evangelho que cremos. A resposta ao sofrimento alheio não é xingar o culpado, não é politizar, não é revidar, nem se vingar. É cuidar do que sofre.

Sabe o que é mais curioso? Hebreus é uma carta escrita para encorajar uma igreja que estava sofrendo muito com a perseguição. Ou seja, é uma carta para irmãos necessitados, sem dinheiro, sem lugar pra ficar, talvez com muitos presos, maltratados, sofrendo todo tipo de problema. A Bíblia não os trata diferente. Esses mesmos irmãos também deveriam pensar no próximo tal como os que os ajudam. Interessante, não?

 “Não amem o dinheiro; estejam satisfeitos”, o texto diz. Por quê? Porque mesmo aqueles em situações não muito boas deviam estar aptos para ajudar outros em situação ainda pior, sofrendo junto com os irmãos que sofriam, entendendo a dor do próximo, deixando de pensar tanto em si mesmo, como se o mundo girasse ao seu redor.

Sério, me diga: isso é parecido com a sua forma de pensar e agir? Isso se parece realmente com a realidade da sua igreja local? Essa é a mentalidade que os irmãos adquirem onde você congrega?

Pense nos problemas atuais, nas notícias mais recentes. Como você tem reagido a elas em casa, na Internet e em sua mente? Como você tem agido com relação aos que sofrem?

Hoje, nós temos o bastante para pensar.

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