A sociedade ocidental tem sofrido dolorosamente as pretensões e práticas ocidentais, como também a declaração do cristianismo: “Em nenhum outro há salvação”. Ideia esta que encontra resistência claramente perceptível: “Imperialismo cristão”! é a censura sempre ouvida, até mesmo e expressamente dos próprios ocidentais, que muitas vezes julgam só poderem encontrar uma identidade pessoal distanciando-se do seu próprio passado ocidental.
Para alguns, a pretensão cristã evoca a suspeita de uma discriminação de outras religiões e culturas, não cristãs, ou mesmo de um colonialismo espiritual pedante, e de uma exploração egoísta, subjetivamente amenizada pela consciência de ter recebido uma missão de expansão mundial!
Também essa conscientização fez sentir algum remorso, enfraquecendo a confissão, anteriormente considerada evidente, de que Cristo é o “ Salvador do mundo” . Uma reflexão cristã atual não pode deixar de refletir criticamente sobre o problema da universalidade de Jesus, se não quiser, de antemão, tornar-se suspeita de ser ideologia.
Por outro lado, essa reflexão não pode desviar-se da questão da verdade, nem fugir em adaptações à exigência moderna de pluralismo, se é que isso nos levaria a não termos mais a coragem de sermos nós mesmos, e de sermos diferentes dos que de fato são outros.
E se isso fosse a consequência do evangelho?
– Edward Schillebeeckx
– Apenas o Evangelho