Por Lucas Rosalem.
A Bíblia nos adverte inúmeras vezes contra falsos mestres, profetas, pastores, pregadores, etc., e falsos ensinos, comparando e julgando com base no que ela própria nos ensina. Ela também nos manda que a conheçamos para conhecer de verdade ao nosso Deus e para sabermos dar a razão da nossa esperança aos que nos questionarem. Isso significa, por exemplo, que os cristãos legítimos jamais ficam calados diante de ensinos falsos, como “novas revelações” ou a famigerada teologia da prosperidade, dentre tantos ensinos antibíblicos.
Contudo, muitas vezes, as pessoas que foram para uma igreja justamente por causa de ensinos falsos, realmente acham que esses ensinos são a própria fé cristã e consideram seus líderes quase como pessoas sobrenaturais, acima das demais, ao ponto de sequer poderem ser questionados. Por isso, quando veem pela Internet alguém explicando como certos líderes religiosos conhecidos por causa da TV são heréticos, ficam extremamente revoltados e parece que isso os faz ficar ainda mais cegos diante das heresias.
A questão é: será que há uma maneira de melhorar essa situação do nosso lado? (o lado dos que se manifestam contra ensinos antibíblicos).
Em primeiro lugar, é preciso dizer que apesar da nossa responsabilidade, é o Espírito Santo quem convence, ainda que isso não nos isente de nos empenharmos em explicar direito as coisas a quem está sendo enganado ou com dúvida. Em segundo lugar, é preciso fazermos diferença entre os que são enganados e os enganadores. Falsos mestres nunca foram tratados por Jesus como meros pecadores dignos de compaixão. Aliás, eles serão julgados com mais vigor que todas as outras pessoas. Em terceiro lugar, precisamos tratar até mesmo os falsos mestres como pessoas: seres criados à imagem e semelhança de Deus (Tiago 3:9) sem, porém, passar pano para os seus ensinos de forma nenhuma.
Veja o que escreveu Judas, irmão de Jesus:
”Tenham compaixão daqueles que vacilam na fé. Resgatem outros, tirando-os das chamas do julgamento. De outros ainda, tenham misericórdia, mas façam isso com grande cautela, odiando os pecados que contaminam a vida deles” (Judas 1:22-23).
Não trate os néscios neopentecostais da mesma forma que trata aqueles que os enganam. Neopentecostais (falando de forma geral, não das exceções) estão tão cegos quanto quaisquer pessoas de outras religiões. Então, trate-os como pessoas que precisam ser alcançadas pelo Evangelho que, talvez, nunca ouviram.
Quanto aos enganadores, esses sim merecem certa aspereza da nossa parte, ainda que o nosso propósito não seja condená-los, mas julgar e expor seus falsos ensinos, inclusive esperando que eles se arrependam, se isso for possível, se retratem publicamente pelos falsos ensinos que propagaram e creiam no Evangelho da cruz.
Não deixe que a sua falta de noção estratégica na forma de expor as verdades bíblicas afaste ainda mais aqueles que são enganados. Nem deixe também que a misericórdia se afaste das suas atitudes quando for tratar dos falsos pregadores. Dê lugar à ira de Deus, pois dele virá a justiça.
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