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A Estratégia da Política – CUIDADO!

A Estratégia Política

A Polarização Proposital

Além do medo e da sensação de urgência, outra estratégia política que nunca acaba é a ideia de “nós contra eles”. Eis aqui a origem da polarização e de facilidade com que cristãos, mesmo supostamente pregando amor, destilam ódio quando o assunto é a política.
Nos tempos de Jesus, os judeus chamavam os gentios de cães, que na época eram considerados animais imundos porque comiam carniça. Hoje, esse é um problema que existe no meio da Igreja.
Ao invés de nos humilharmos em gratidão pelo Deus que nos escolheu pela graça, sem mérito nenhum de nossa parte, e oferecermos misericórdia aos perdidos, nós passamos a achar que somos melhores do que eles.
Quantas vezes já ouvimos o mundo dizer que os cristãos são pessoas que se acham superiores aos outros? Até mesmo entre os próprios cristãos nós sofremos isso. É muito comum encontrarmos pessoas que se sentem superespirituais e se comportam com ar de superioridade. Até suas orações são arrogantes. Ora, onde nós já vimos algo parecido?
“O fariseu, em pé, orava no íntimo: ‘Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens: ladrões, corruptos, adúlteros; nem mesmo como este publicano. Jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho” (Lc 18:13).
Aliás, as orações de alguns conseguem superar a arrogância do fariseu descrito por Jesus, que pelo menos orava “em seu íntimo”. Esse orgulho é um dos maiores obstáculos para missões e evangelização. Se você despreza ao invés de mostrar misericórdia, você já declarou que não está ali para estender a mão.
Na carta aos Efésios (2:11-22), Paulo diz que, além do pecado do orgulho e da falta de misericórdia, os judeus não tinham nada de que se orgulhar. A circuncisão, motivo de orgulho, era apenas uma marca externa e não no interior do coração.
Assim como muitos cristãos, os judeus se orgulhavam de algo externo, enquanto seu interior estava podre. Eles sentiam-se espirituais, mas eram carnais.
Jesus também havia lançado isso na face deles: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos e de toda imundícia” (Mt 23:27).

O que há na política que faz com que cristãos se comportem de forma agressiva, sem se importar com o mau testemunho?

A política atrai muitas pessoas a esse tipo de comportamento por ser muito fácil colocar nela a culpa pelos nossos próprios fracassos. Por que eu sou um miserável que não consegue vencer na vida, tampouco se esforça para isso, eu posso encontrar algum alívio brigando nas redes sociais, xingando aqueles que, supostamente, estão impedindo com que o Brasil melhore. Enquanto isso, a minha esposa não tem plano de saúde, meu filho não tem a minha presença, a igreja local não consegue contar comigo para nada e sou um filho ausente. E a culpa é toda dos governantes. Bem, dos governantes e seus eleitores, é claro.

Muitas vezes, nos esquecemos de que a forma como o marido trata a esposa é mais relevante para a qualidade de vida da família do que quem ganhará a eleição. O modo como você cria seus filhos, trata os seus pais, se relaciona com os irmãos e trata os vizinhos, a forma como você se alimenta, como exercita seu corpo e sua mente, o meio que usa para relaxar etc., tudo isso é muito mais relevante para a vida do que quem será eleito.

Se você não entende como, esse é só um sintoma de como nós fomos tragados para dentro desse nível de devoção política que tampa os nossos olhos e ouvidos para o mundo real. Nos acostumamos com o jogo político e, assim, fazemos dos candidatos que não gostamos o bode expiatório para a nossa miséria.

Por que a minha vida está ruim? Por causa do governo eleito! Por que as coisas não vão bem? Por que os políticos não estão fazendo o que deveriam fazer!
É assim que uma massa de cidadãos idolatra o papel do estado, se tornando totalmente dependente dele e sem fazer aquilo que deveriam, eles mesmos, fazer como cidadãos. Resta usar as discussões políticas como um grande anestésico.

No caso de cristãos, isso é ainda mais deplorável. Ao invés de buscarem mais a Deus, ficam esperando e colocando sua esperança em mudanças temporais. “Se o candidato tal ganhar”, pensam, “acabou tudo. Mas se o outro ganhar, aí, sim, Deus vai abençoar!”.

A política conseguiu encontrar o caminho para o coração dos cristãos: a linguagem é sempre apocalíptica.

“É agora ou nunca”, “se fulano perder, o Brasil vai virar uma Venezuela”, “se fulano perder, o Brasil vai virar uma ditadura”.

Há reis que preferem manter seus súditos em estado de inquietação. Se estiverem ansiosos com respeito à própria vida e preocupados por não saberem de onde virá a próxima refeição, talvez se sintam mais dispostos a obedecer às ordens do rei, a fim de poderem receber dos estoques da realeza a comida de que necessitam. A preocupação tolhe os movimentos dos súditos. O medo dá firmeza à monarquia.

Na política, o apocalipse sempre está à porta e a responsabilidade é toda sua. Você, num dia específico, traçará o destino da nação apertando botões que salvarão ou condenarão a todos.

Afinal, sempre o mal total e absoluto está quase, mas quase chegando. A única forma de impedi-lo é votando no candidato tal.

Você sabia que foi justamente o discurso de medo contra a ameaça comunista que destruiu as bases da Direita americana? O medo e a sensação de urgência mudam os rumos da identidade americana e, aos poucos, abrindo cada vez mais concessões ideológicas, a Direita deu lugar a uma nova maneira de pensar, que nunca mais conseguiu fazer frente à Esquerda americana.

Se você também já caiu nessa ladainha, não se preocupe. Todos os lados políticos usam as mesmas estratégias idênticas. E eles se beneficiam muito desse tipo de linguagem. Esse discurso apocalíptico gera um medo, às vezes uma neurose, que é a maior arma política contra os cidadãos, mais ainda contra cristãos pouco instruídos escatologicamente – sobre o fim dos tempos.

O medo por questões temporais jamais poderia ter atingido assim o coração dos cristãos. Como Piper comenta:

Uma das características mais maravilhosas de Jesus é que ele não deseja que seu povo viva ansioso. Ele não mantém seu Reino à custa de espíritos inquietos. Ao contrário, o objetivo do Reino de Jesus é libertar-nos das preocupações. Ele não precisa nos manter preocupados para demonstrar seu poder e sua superioridade, pois são intocáveis e invencíveis. Ao contrário, ele exalta seu poder e sua superioridade quando leva embora nossas preocupações. Quando Jesus diz: “Não se preocupem com o amanhã” (Mateus 6.34), ele estabelece o tipo de vida que todos desejam — sem preocupações, sem medo dos homens ou de situações ameaçadoras.

Quando você tiver outra vez essa sensação de urgência motivada pelos entraves políticos, lembre-se de que isso não passa de estratégia. Os políticos querem o seu coração. Se eles conquistarem o seu coração – se já não conquistaram – você será o militante engajado que eles queriam desde o início.
As eleições não são uma disputa cósmica entre o bem e o mal. Essa é só mais uma estratégia diabólica tipicamente política.

“Temer as pessoas é uma armadilha perigosa, mas quem confia no Senhor está seguro. Muitos buscam o favor do governante, mas a justiça vem do Senhor” (Pv 29:25-26).


Você sabia que o CANCELAMENTO e POLARIZAÇÃO são estratégias da esquerda marxista que você está caindo?

Leia sobre isso no artigo: A Polarização Proposital ou muito mais no livro do link abaixo:

A Política e a Fé Cristã | Lucas Rosalem

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