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Precisamos de igreja?

Antigamente insistia-se especialmente sobre “a igreja”.

Hoje em dia, a linguagem costumeira eclesiástica e ecumênica costuma insistir de modo especial sobre “o evangelho”. Isso denota certa mudança na mentalidade cristã. Nos quatro evangelhos a palavra “igreja” quase não se encontra (além disso, apenas em textos secundários), ao passo que “eu-angélion” (evangelho ou “boa nova”, novidade que alegra, e também o verbo “levar o evangelho”) é uma noção central; é até a primeiríssima palavra do evangelho mais antigo, cujo título diz:
“Início do evangelho de Jesus Cristo” (Mc 1,1).

Por isso, a volta atual para “o evangelho” merece o nosso aplauso. Por outro lado, esse apelo para a inspiração evangélica não pode tornar-se um slogan vago, criticando com razão, isto sim, a forma em que as igrejas empiricamente se apresentam; ao invés de insistir sobre a igreja, agora insiste sobre orientações vagamente evangélicas e já muito selecionadas.

– Edward Schillebeeckx
Apenas o Evangelho


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