Por Lucas Rosalem.
Quero começar dizendo o óbvio: faça conforme sua consciência, não conforme a minha. Em segundo lugar, quero dizer que reconheço que os casos não são todos iguais e, ainda, que admito a falta de nobreza de quem adquire material sem se importar com o autor (isso se aplica a mim algumas vezes). Dito isso, vamos ao que importa.
Em várias falas de Jesus, nós somos incentivados a sofrer a injustiça do próximo, e segundo Paulo, quanto mais sofrer o dano entre os irmãos (1Co 6:7). Ok, vamos à aplicação disso, e quero me dirigir aos autores.
Você passou dias escrevendo material de edificação, fez um acordo com uma editora, seu livro foi vendido, alguém emprestou para meio mundo, tornando desnecessário que esse meio mundo comprasse e te desse dinheiro? Segunda opção, ainda idêntica: alguém pagou pelo papel com letras, letras organizadas por você, e essas letras nessa mesma organização, mas já em propriedade de outra pessoa, que não assinou contrato algum de sigilo, tirou fotos para um amigo do outro lado do mundo poder aprecisar o material. Você fica tristinho porque quer receber de cada pessoa que tiver acesso a uma ordem específica de letras sobre as quais você fantasia ter propriedade?
“Ainn, eu quero justiça, porque a ‘lei brasileira’ […]”.
••• Hey, apóstolo Paulo, diga-nos alguma coisa! ▼
“Sofra o dano! É melhor perder uma causa do que perder um irmão”, parafraseando, mas nem tanto. A ideia bíblica de ser “manso” é justamente que tendo nós o direito, abrimos mão dele.
Curiosamente, é especificamente nesse contexto que Paulo diz: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas” (1Co 6:12).
Se você escolheu se meter em um negócio tão frágil que dependa de generosidade alheia para sobreviver (porque de propriedade não é), então seja maduro e assuma o risco sem ficar de mimimi.
Alguém disponibilizando gratuitamente (ou mesmo vendendo) seu material sem te dar dinheiro é apenas concorrência. Concorrência, aliás, que não é invencível. Nós já pagamos mais caro muitas vezes em coisas só por causa de questões secundárias, não é? Isso se chama “valor agregado”.
Às vezes, pagamos mais por coisa inútil (como a marca), às vezes, só para ajudar mesmo, e às vezes ainda por algum benefício pequeno. A concorrência (escanear e distribuir) não é tão perfeita assim e a prova disso é que a galera compra ebook que dá para baixar de graça.
Isso acontece em todos os produtos.Ora, por que acham que tantos youtubers além da renda da plataforma ainda arrecadam uma paulada de contribuições voluntárias pelo apoia.se, padrim e afins?
Aprenda a concorrer sem choramingar nem apelar para rotular os outros de “pecadores” pelo seu trocado não visto.
Aos que baixam:Se você puder, contribua com o ministério dos autores que você lê. E não digo apenas com relação a pagar pelos livros. Contribua diretamente. Além disso, lembre-se também do que Paulo falou sobre os FRACOS NA FÉ, que se escandalizam facilmente por causa da fragilidade de espírito que eles têm. Então, levando em conta os fracos na fé, decida o que fazer e como fazer.
Nós aqui temos 5 livros publicados e trabalhamos produzindo material de estudo bíblico para igrejas. Eu também gostaria de ganhar dinheiro por cada um que já leu o nosso material, mas não é assim que funciona.
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