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ESSE É O PRINCIPAL ESCÂNDALO DA IGREJA EVANGÉLICA!

Por Pedro Dulci
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O escândalo da mente evangélica é que não existe uma mente evangélica. Com essa frase, Mark Noll inicia seu livro desnudando a lacuna mais fundamental do evangelicalismo mundial: não fazemos ideia de como um discípulo de Cristo deve treinar sua imaginação, usar seu conhecimento e discipular seus desejos.
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A situação não é muito diferente daquela descrita por Rod Dreher em A Opção Beneditina. Escrito para se apresentar como uma estratégia para cristãos no mundo pós-cristão, Dreher se encontrou na necessidade de pensar como iria educar o pequeno primeiro filho de uma maneira verdadeiramente cristã. Ele diz que começou a se perguntar o que, exatamente, o conservadorismo atual queria conservar.
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Com esses questionamentos, ele descobriu “a vasta ineficiência das igrejas, inclusive da minha, no combate às forças do declínio cultural… Por mais que se dissesse que os cristãos conservadores estavam lutando uma guerra cultural, eu raramente via a minha turma brigando de verdade, exceto quando o assunto era aborto ou casamento gay”.
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A igreja evangélica é seletiva nos embates que entrava. Com exceção das questões mais apelativas, algumas igrejas estavam satisfeitas em fornecer assistência religiosa a uma sociedade cada vez mais consumista que perdia, a passos largos, a noção do que significava querer, sentir e pensar como um discípulo de Cristo.
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A única preocupação que um casal típico de pais evangélicos parecem nutrir é que seus filhos, quando ingressarem na faculdade, não usem drogas ou se percam em relações sexuais ilícitas. Não que essas práticas não sejam problemáticas, mas formar cristãos médicos, engenheiros, administradores, pedagogos, juristas e todo tipo de profissional que pensa exatamente igual aos seus colegas de profissão não cristãos é um sinal de falência intelectual.
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Simplesmente deixamos de adorar a Deus de todo o nosso entendimento. É inegável que a igreja evangélica brasileira cresce, e continuará crescendo nos próximos anos. Mas uma pergunta que nos incomoda é: por que a igreja evangélica cresce e o país não muda? Por que os índices de violência, de corrupção, de pobreza, e tantos outros vícios característicos de nossa cultura não são atingidos pelo crescimento da igreja evangélica?
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Ao que parece, mudamos de religião, mas não passamos por nenhum tipo de renovação da nossa mente para que possamos experimentar em nosso território verde e amarelo a boa, perfeita e agradável vontade de Deus.

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