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A POSIÇÃO DA IGREJA NA HISTÓRIA

O ambiente ainda trata do mundo inteiro. Quando Deus colocou Adão no jardim do Éden, a responsabilidade de Adão era expandir seus limites, para que a glória de Deus cobrisse toda a terra como as águas cobrem o mar. Adão foi expulso do jardim. Quando Deus colocou Israel na terra, a responsabilidade da nação era expandir os seus limites, para que a glória de Deus cobrisse as terras secas como as águas cobrem o mar. No caminho rumo à terra, Deus deu a Israel um símbolo do ambiente da história quando instruiu o povo a edificar o tabernáculo como uma representação do mundo. Mais tarde, o templo substituiu esse tabernáculo. A presença de Deus no tabernáculo e no templo requeria que tudo que havia neles fosse santo, e tudo a seu redor fosse limpo.

Agora, a igreja é o templo do Espírito Santo, e isso fala sobre a presença de Deus na igreja e a necessidade da santidade e disciplina. As igrejas que não disciplinam põem em risco as vidas daqueles que, como Nadabe e Abiú (Levítico 10), desprezam as instruções de Deus ao se aproximarem dele, arriscando serem consumidos por sua santidade (cf. 1Co 11.27-32). Tais realidades — que o templo é símbolo do cosmos, e que a igreja é o templo do Espírito — significam que a igreja deve ser uma previsão de como o mundo vai se tornar. A igreja é um retrato do novo templo. Os redimidos que se encontram na presença de Deus, que o conhecem e têm nele o seu prazer, servem-no e vivem por ele — é dessa forma que todo o mundo será, na era vindoura. Assim como Deus colocou Adão no jardim para expandir os seus limites, para que a glória de Iavé cobrisse as terras secas como as águas cobrem o mar, Deus colocou Israel na terra para assumir a mesma tarefa, dando-lhes uma antevisão do que seria, quando encheu o tabernáculo e o templo com a sua glória. Jesus mandou os seus discípulos na mesma tarefa a todas as nações: enquanto são feitos novos discípulos, o templo cresce, o lugar da presença de Deus se expande, e a glória de Deus se espalha sobre a terra seca. No futuro que virá, essas realidades serão plenamente cumpridas. A terra estará plena do conhecimento da glória de Deus.

O fato de que a igreja é templo do Espírito Santo parece informar o que Paulo afirma, em 1 Coríntios 7.14, sobre os cônjuges descrentes serem “santificados” pelo crente. O incrédulo ainda terá de se arrepender e crer (1Co 7.16), mas a contagiosa santidade é dada ao descrente pelo crente, com quem ele ou ela está casado (7.14). Essas ideias parecem ser também o que Paulo tinha em mente, quando fala dos filhos serem “impuros”, se não forem mantidos em contato com o templo do Espírito, o pai ou a mãe crente. Não estamos mais vivendo em terra especificamente dada a nós, mas nossa responsabilidade ainda é de cobrir a terra com a glória de Deus, como as águas cobrem o mar. O povo de Deus não é mais uma nação sociopolítica com limites. Somos transnacionais. Não somos mais uma entidade étnica com uma defesa militar. Viemos de todas as nações. Sob a antiga aliança, a nação de Israel subjugava as nações a seu redor, por meio da conquista militar, colocando-as sob autoridade da lei do Senhor. Na nova aliança, a igreja não possui programa militar. Pelo contrário, buscamos unir as pessoas a nosso ponto de vista, ao persuadir que creiam no que nós cremos, convencendo-os a se submeterem à autoridade do Senhor. Não vamos mais ao templo em Jerusalém para adorar ao Senhor. Adoramos o Senhor em espírito e em verdade, onde quer que se ajunte o povo de Deus (João 4.21-24).

Pensar nesse ambiente também faz com que voltemos a outro aspecto de nossa identidade. Não somos mais escravos, mas ainda não chegamos em casa. Somos como os israelitas, que eram escravos no Egito até que Deus os redimiu, e então foram peregrinos, viajando para a Terra Prometida. Nós também fomos libertados da escravidão do pecado e, agora, somos viajantes. Somos exilados do Éden que atenderam ao chamado para sair da Babilônia, e agora estamos voltando do exílio. Nosso destino é a cidade santa, a Nova Jerusalém, que desce do céu de Deus (Ap 21.10). Habitaremos em um Éden novo e melhor, o cumprimento da Terra Prometida, o novo céu e a nova terra.

—- Retirado de James M. Hamilton – O que é Teologia Bíblica?


Aprenda mais lendo o post sobre AS FESTAS E OS SÍMBOLOS DO ANTIGO TESTAMENTO.

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