Infelizmente, a maioria dos cristãos certamente não começou a se atentar às questões políticas por reconhecer a necessidade de um posicionamento fiel, mas por terem virado alvo de políticos, interessados nessa gigantesca parcela da sociedade que, a essa altura, não pode mais ser ignorada.
Não se engane! Cristãos não estão mais responsáveis socialmente. Eles estão apenas sendo mais manobrados, seja por incentivos de políticos favoráveis ou por medo dos opositores da Igreja.
Segundo o censo de 2010 do IBGE, os católicos eram 123 milhões e os evangélicos mais de 42 milhões de pessoas. Mas segundo a pesquisa do Datafolha em 2020, evangélicos somariam mais de 65 milhões, totalizando 31% da população brasileira, para 50% de católicos brasileiros. Os católicos já eram uma parcela desejável da população, mas o crescimento assustador dos evangélicos no Brasil nas duas últimas décadas transformou-os também em uma fatia política muito atrativa. Não podemos mais ser ingênuos quanto a isso.
O envolvimento dos cristãos na política não cresceu como algo natural e orgânico dos próprios círculos cristãos; não partiu de uma preocupação cristã entendendo o lugar de sua participação política. Cresceu a partir dos políticos e seus incentivos.
Se, antes, os evangélicos foram afastados da política por motivos ruins, agora, eles foram reaproximados por motivos ainda piores: são vereadores prometendo doar tijolos, nomear ruas com nome de fundadores de igreja; são prefeitos prometendo asfaltar a rua da igreja; deputados garantindo que farão leis pífias em benefício dos evangélicos; candidatos à presidência se apresentando como reais representantes divinos, e por aí vai.
“Muitos buscam o favor de quem governa; todos querem ser amigos daquele que dá presentes” (Pv 19:6).
O cenário é triste e assustador. A política arrebanhou muitas igrejas. Esse é o verdadeiro motivo por trás de tamanha movimentação política a partir da Igreja e dos cristãos hoje. Há exceções? Sim, mas não é delas que trataremos aqui. Os cristãos precisam admitir que foram atraídos pelos políticos ao invés de fornecerem debates públicos a partir da perspectiva do povo de Deus. Aliás, isso explica grande parte da ansiedade pública cristã, tão ditada pelo cenário político. E é apenas isso que explica por que vemos mais cristãos empenhados em falar de política e defender suas visões e candidatos do que em testemunhar de Cristo e evangelizar.
Será este é o seu caso?
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