A ansiedade na quarentena

Por Lucas Rosalem.

“Lancem sobre ele toda a sua ansiedade, porque ele tem cuidado de vocês. Sejam sóbrios e vigiem. O diabo, o inimigo de vocês, anda ao redor como leão, rugindo e procurando a quem possa devorar” (1Pedro 5:7-8).

Você tem ficado preocupado por causa da pandemia se alastrando, gente morrendo e a insegurança financeira diante da crise econômica? Se sim, você é uma pessoa normal.

A verdadeira questão é o que essa preocupação significa pra você.

Pense nisto: se você é cristão, neste momento difícil deve estar confiando em Deus, a quem já deve ter entregado nas mãos aquilo sobre o que você nada pode fazer, certo? Contudo, que sentido isso tem pra você? Por acaso, se as coisas não melhorarem você irá abandonar a fé? Deus se tornou injusto, menor ou falso se Ele não atendeu as suas necessidades e o seu desespero?

Meu irmão, nada disso deve interferir com a sua relação com Jesus.

Perceba que Pedro faz um contraponto entre estar ansioso e estar vigilante e sóbrio. Em outras palavras, estar ansioso é o contrário de agir atentamente, com os reflexos de quem não está sob efeito do álcool, por exemplo. Quem age sob efeito da ansiedade, age como alguém entorpecido.

Quando o cristão age com ansiedade, ele está dizendo, com isso, que parou de olhar para Deus; que Aquele Deus que ele diz crer foi soterrado pelo problema diante das suas vistas; Deus sumiu e agora ele precisa fazer tudo com seu próprio esforço; Deus foi limitado pelo confinamento. Agir assim é realmente agir como um bêbado que perdeu a noção da realidade, não é?

O pior de tudo é que além de ignorar que Deus não está de quarentena, o ansioso ignora também que há outro que também não está: o diabo – esta é a segunda relação que Pedro faz na passagem: esteja sóbrio e vigilante, pois o diabo está procurando a quem devorar.

A razão para não andarmos ansiosos é simples: a existência de Deus e as promessas que Ele fez ao seu povo. Desde que você compreenda o significado disso, todo o resto torna-se suficientemente menor.

É claro que há certos fatores que provocam situações de ansiedade que não são necessariamente falta de confiança em Deus. Nem toda inquietude ou falta de descanso no coração é resultado da incredulidade e pecado cometido. Mas o contrário quase sempre é verdadeiro: esses males pressionam a nossa fé.

Aqui, estou me referindo à preocupação do coração que é resultado de uma postura errada diante da vida.

Se simplesmente a oração tomar o lugar da ansiedade em nossa vida, o problema do coração já estará eliminado. Se você não fez isso a tempo, a situação já se agravou e a ansiedade já trouxe distúrbios hormonais, a oração torna-se a forma do cristão contar para Deus a sua aflição. O motivo desse tipo de oração é trazer de volta a relação com o Pai, ao mesmo tempo que explica a nós mesmos qual é o nosso problema.

Se fizermos isso com sinceridade, é nesse momento que nos lembraremos do que significa a graça: tudo que Deus fez por nós, nós não merecemos! A nossa autopiedade deve ser lançada fora, em troca da magnífica graça do Senhor.

“O Deus de toda a graça, que os chamou para a sua glória eterna em Cristo Jesus, depois de terem sofrido durante pouco de tempo, os restaurará, os confirmará, lhes dará forças e os porá sobre firmes alicerces” (v.10).

Como complemento, você pode ler este outro post: < https://editoramentecrista.com/como-vencer-a-ansiedade/ >.

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