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EBD não é discipulado

o que é discipulado

Por Lucas Rosalem

É impressionante como até mesmo as igrejas mais tradicionais que prezam pelo ensino correto da Palavra foram, lentamente, acabaram se tornando semelhantes às igrejas neopentecostais com relação ao que pensam sobre o discipulado. O pentecostalismo, com seu avanço rápido e superficial (ainda que muitos pregadores desse meio tenham sido fiéis na exposição do Evangelho), sugeriu uma ideia distorcida a respeito do que é a comunhão dos irmãos, que agora parece se resumir à reunião no prédio para os cultos. Em seguida, vieram falsos profetas e heresias de todos os tipos gerando a corrente que chamamos de neopentecostalismo, que distorceu de uma vez por todas o que é o discipulado, que hoje confunde-se com escola bíblica dominical.

Você viu escola bíblica dominical na vida dos discípulos com Jesus? Não. Então, como eles eram discipulados? ATRAVÉS DO RELACIONAMENTO PESSOAL COM JESUS.

É óbvio que o assunto é muito vasto, o suficiente para termos escrito 3 diferentes revistas de escola bíblica tratando do tema – sim! Revistas de escola bíblica, pois a escola bíblica é essencial, porém, não é discipulado!

*Ao final deste post você pode conferir as três ditas revistas.

A grande questão é a seguinte: por que raios nós estamos confundindo discipulado com escola bíblica, ou pior, com um processo mecânico de criação de membros oficiais da denominação? A dica foi dada: a mentalidade neopentecostal de cre$cimento numérico. Ok, mas como é que os irmãos não percebem isso?

De qualquer forma, a prática apostólica esbanja a noção de que o discipulado está nos relacionamentos entre os irmãos, cuja intenção é tornarmos uns aos outros mais conscientes de Jesus através do conhecimento de sua Palavra. E é claro que isso não se faz com pessoas sentadas em cadeiras ouvindo, mas com pessoas se relacionando, enxergando na prática, no mundo real, umas nas outras aquilo que elas aprenderam lá sentadas.

Algumas igrejas têm se esforçado muito para tentar incorporar esse pensamento bíblico nos irmãos, mas parece que a maioria está realmente muito acomodada e convencida de que a comunhão cristã serve apenas para fazermos amizades entre crentes.

O apóstolo Paulo não pensava isso!

Já no início da carta aos Romanos, Paulo demonstra o que estou dizendo:

“…isto é, para que, em vossa companhia, reciprocamente nos confortemos por intermédio da fé mútua, vossa e minha” (Romanos 1:12).

A carta, por várias vezes, torna isso evidente. A Igreja primitiva era marcada pela comunhão, não como mera amizade, mas como relacionamentos intencionais. Relacionamentos conscientes de um propósito maior. Mas, aos poucos, tiraram isso de nós. E a culpa é nossa.

Não se engane. Você será responsabilizado pela sua negligência em discipular antigos e novos convertidos do seu convívio!

Só resta saber se, agora, tendo certeza disso, você fará alguma coisa.

Uma atualização: três horas depois deste post, o pastor Sérgio Lima (Igreja Presbiteriana da Lapa) postou um vídeo exatamente sobre isso, bem curto, mas tocando em detalhes bíblicos interessantes. Veja o vídeo clicando aqui. Ele tem também uma pregação mais antiga sobre isso, que você pode conferir aqui, e ainda um estudo mais longo, aqui.

As revistas citadas:

• Gerando Discípulos Para Cristo

• Igreja & Comunhão

• Uma Igreja Madura

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