Dízimo definitivamente não é obrigação cristã. E a tal maldição do devorador nunca existiu. Não existe “demônios devorador”. O que houve foi uma literal destruição da plantação por gafanhotos de verdade; uma punição específica em uma época específica, assim como outras diversas punições foram dadas em momentos específicos da história. Por que alguns só se lembram da punição de Malaquias 3? Essa é uma ótima pergunta.
Veja bem: o povo já foi punido com muita coisa diferente, como o chão se abrindo e engolindo o povo, fogo caindo do céu, gente morrendo fulminada (como Ananias e Safira), cobras picando a multidão (no deserto), peste, invasão de povos inimigos, e até hemorroidas. Tudo por desobediência à Lei. E a Lei é UMA SÓ, pois quem desobedece qualquer fragmento dela, desobedece ela toda.
Também não existe mais sacerdócio exclusivo (que era o motivo do dízimo: sustento dos levitas e sacerdotes), hoje todos somos sacerdotes e Cristo é nosso Sumo Sacerdote.
Enfim, o que você não pode confundir é o motivo pelo qual se OFERTA (esqueça a lei do dízimo por enquanto). Pois o Novo Testamento ensina e enfatiza inúmeras vezes o dever de contribuir, e ainda generosamente. No entanto, sem esperar nada em troca (tanto dos irmãos, quanto de Deus), pois a oferta já é uma devolução, é gratidão por algo que já recebemos.
O medo de contribuir (sem receber algo em troca), quando está relacionado com desespero financeiro, pode revelar incompetência administrativa do crente ou avareza. Mas, pior ainda, pode ser uma demonstração explícita de falta de fé e dependência de Deus.
Não que contribuir seja mais importante que tudo, longíssimo disso, mas é preciso ponderar com sinceridade nessas horas.
De qualquer forma, a pressão contra o não-dizimista (ou dizimista em atraso) é falsa e irresponsável. Antes, o pastor (ou outro líder) deveria mostrar-se preocupado com o irmão necessitado (se for mesmo o caso) e ajudá-lo a superar a crise, seja com dinheiro, mantimento ou ao menos orações, mas jamais com uma pressão descabida tendo um ritual (entrega de dízimo) como ponto chave para o problema.
Uma sugestão: entregue DE OFERTA o valor do dízimo. Assim contribuir com a congregação, alivia seu coração perante Deus, e desmascara a lenda em torno do ritual em questão (que, na verdade, virou a “taxa do crente” em muitos lugares).
– Lucas Rosalem