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Como Desfrutar da Intimidade Física

Primeiro, Deus satisfaz nossa necessidade e desejo de intimidade física.

Nosso Anseio

Muitos de nós estão acostumados a ouvir apenas referências críticas à intimidade física nos sermões, à medida que os pregadores advertem contra o pecado do sexo extraconjugal e dos perigos depravadores da lascívia. Na verdade, já falamos aqui sobre os perigos da nossa sociedade pornográfica, de nosso vício em erotismo e a consequente desvalorização dos homens e das mulheres. Essas discussões críticas são essenciais. A cultura de hoje bombardeia-nos constantemente com imagens andróginas que obscurecem nossos objetos de desejos, ao mesmo tempo em que intensifica nossa experiência com eles. Em nome da publicidade e do entretenimento, o corpo humano tornou-se um bem de consumo, e as pessoas, produtos. E irônico que o romance e a intimidade verdadeiros tenham desvanecido em uma época em que tudo se torna sensual.

Contudo, deixando de lado as distorções e as perversões, as Escrituras mostram que o anseio por intimidade física é bom e foi dado por Deus. Há um desejo bom por intimidade física. Deus nos fez criaturas físicas com corpo. Sabemos disso. Sem dúvida, pessoas do mesmo sexo podem compartilhar um tipo adequado de intimidade física, como: aperto de mãos, abraços e comemorações em que batemos as mãos abertas! E há tipos apropriados de gestos físicos entre os membros de uma família. Entretanto, em Cantares, Deus tem em vista uma afeição física até mais específica: o relacionamento sexual entre o marido e a esposa. Claro que Cantares apenas tira essa mensagem do próprio livro de Gênesis. Em Gênesis, na história da criação, Deus disse a Adão que não era bom o homem ficar sozinho, e, por isso, criou a mulher. O Senhor disse que sua criação era boa. Então, Adão e Eva foram unidos. Eles “conheciam” um ao outro. E esse conhecimento era físico, íntimo e bom.

Cantares sabe que esse desejo pode ser perigoso. Esse pequeno livro cita três vezes: “Que não acordeis nem desperteis o meu amor, até que queira” (2.7; 3.5; 8.4). Há momentos em que esse amor é expresso de forma adequada, e outros, em que não é. Contudo, temos de entender que o cristianismo não é uma religião que diz que o físico é ruim, e o espírito, bom. Não somos gnósticos. Não presumimos que tudo relacionado à carne é ruim e que apenas no imaterial e invisível encontramos o bem. Por conseguinte, o cristão precisa ter cuidado em não dar a impressão de que nossa mensagem primordial sobre o desejo sexual e os anseios humanos é negativa. Temos uma mensagem positiva em relação a isso! Por isso é bom, de tempos em tempos, ler Cantares na igreja. Ajuda-nos a lembrar que temos uma mensagem positiva a respeito do sexo.

Embora tenha trabalhado durante anos com colegas estudiosos, sempre me espanto ao perceber que muitos deles continuam enganados com a mesma compreensão errônea sobre a função da sexualidade. Vez após vez, vejo jovens trocarem uma dádiva muito especial e privilegiada de Deus por algo que, à primeira vista, pode parecer um presente, mas, no fim, mostra ser infinitamente menos. Todavia, em parte, isso se deve ao nosso fracasso, como cristãos, de ensinar a mensagem positiva de que Deus nos criou macho e fêmea, de que, na verdade, Ele chama-nos a ter relações íntimas com nossos cônjuges, e que essa intimidade é boa! De muitas formas, essa é a principal mensagem de Cantares. Nós, cristãos, somos tentados a minimizar ou até a ignorar esse importante tópico. Deus pôs esse livro na Bíblia para tornar mais difícil que ignoremos isso!

——– Retirado de: Mark Dever – A Mensagem do Antigo Testamento.

Leia a continuação aqui:

Introdução a Cantares
Resposta à Revolução Sexual
A Celebração Bíblica do Prazer
Construindo Intimidade Relacional

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