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A Teologia do livro de Deuteronômio

Eugene Merrill indicou que Deus utilizou, como principal instrumento para Sua autorevelação, Seus atos poderosos, eventos históricos que a comunidade da fé pôde reconhecer como divinos. Ele afirma: ―Enquanto que no Antigo Testamento o ato fundamental de Deus é a própria criação, aqui o assunto é menos cósmico; o foco de Deuteronômio não são as preocupações universais de Deus, mas Seus propósitos especiais para Seu povo‖.7 Essa concentração no relacionamento suserano-vassalo sem dúvida contribuiu para que Deuteronômio se tornasse um favorito entre o povo de Israel, o livro mais citado, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. O Senhor Jesus citou Deuteronômio para triunfar sobre Satanás (Mt 4.1-11) e para defender Sua autoridade messiânica, ao definir qual a parte mais importante da Lei (Mt 22.34-40). O livro é a fonte de exortações proféticas no Antigo Testamento, o parâmetro pelo qual a sociedade de Israel era medida e, na maioria das vezes, condenada. Acima de tudo, porém, Deuteronômio foi fundamental para a geração que crescera no deserto e precisava pensar corretamente a respeito de Yahweh, para obedecer-Lhe na hora crítica da conquista e desfrutar as bênçãos divinas na Terra Prometida.

Este conceito é apresentado quando Israel recebe a ordem de obedecer aos decretos de Yahweh (cap. 4). A proximidade de Deus é relacionada tanto à oração quanto à obediência, de modo que Israel pudesse entender que a presença de glória de Yahweh em seu acampamento, ou melhor, agora na terra, tornava-O acessível em graça e misericórdia apenas quando a obediência era o estilo de vida da nação. A proximidade de Yahweh era entendida por intermédio das teofanias, que ―contribuíam para a Sua aura de majestade e poder e, portanto, persuadiam o povo de Sua dignidade e autoridade‖ 8 . Quase sem exceção, essa manifestação se dava por meio de fogo e escuridão (cf. 1.33; 4.11, 2, 33, 36; 9.10, 15; 33.2). O fogo falava de poder e imanência, da possibilidade de Yahweh ser conhecido, ainda que parcialmente. A escuridão lembrava que Ele ainda era um Deus misterioso, que o homem era incapaz de absorver e controlar. Em boa linguagem teológica, Yahweh era o Deus absconditus.

O em ʿyiśrāʾēl ʾăḏōnāy ʾĕlô ênû ʾăḏōnāy ʾeḥāḏ, ―Ouve, ó Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor‖), o credo compacto de Israel (6.4), tem sido de há muito objeto de grande debate. Alguns entendem o versículo como uma afirmação da unidade de Deus (que Ele é um), enquanto outros falam de sua unicidade (que Ele é um só). Os hebreus, entretanto, tinham mais em vista a singularidade de Deus (isto é, que Ele não tinha igual); seu Deus era um Deus único, sem igual, sem paralelo, que jamais poderia ser igualado, comparado ou emulado. Esse versículo parece ter sido um antídoto, ou melhor, uma vacina contra o sincretismo que infestava Canaã. Não havia possibilidade de associação entre Yahweh e Baal; Yahweh era singular e nenhuma confusão se deveria fazer entre Ele e os falsos deuses das nações que circundavam Israel. Sob outro ângulo, Deuteronômio 4.15-19 distingue Yahweh de Sua criação. Em 10.14, Deus é designado como possuidor dos corpos celestes adorados pelos vizinhos pagãos de Israel. Deuteronômio 12.4 proíbe a adaptação, a contextualização, por assim dizer, de Yahweh e Seu culto às práticas corruptas e corruptoras dos cananeus (cf. ainda 12.29- 32). O sincretismo na adoração levaria inevitavelmente à confusão com respeito à natureza e caráter de Yahweh, e isto à corrupção moral, que acabaria por trazer a disciplina prevista na aliança.

Este atributo divino manifesta-se mais claramente quando se trata de repartir com qualquer outro deus seu lugar peculiar de devoção no coração de Seu povo. O capítulo 4 indica que desde o principio Yahweh admoestara Israel a não tratar levianamente Seu zelo por Sua honra e reputação. A idolatria era zombaria contra Yahweh e exigia castigo e correção. Sua muita bondade era equilibrada por um zelo que não admitia competição pela lealdade de Seu povo (cf. 4.24; 5.9; 6.15; 13.2-10; 29.20). O ciúme de Yahweh é um subproduto direto de Sua singularidade (4.35; 6.4), e Israel não podia se beneficiar de sua relação peculiar com Yahweh enquanto negava a singularidade do Deus ao Qual alegava estar relacionado em aliança.

O amor é um conceito crucial em Deuteronômio, como também é o elemento que mantém a aliança em funcionamento. O amor tem sua origem em Yahweh (4.37) e foi expresso em um ato volitivo pelo qual Yahweh determinou relacionar-se a um povo e, sem qualquer mérito da parte desse povo (cf. 7.7-11; 10.14-22), ativamente concretizar aquilo que serviria para o seu bem último. Isso incluía tanto libertação quanto disciplina (cf. 4.20 e 8.5), tanto promessa quanto preceito (7.11-16). O amor de Yahweh por Israel é descrito como um relacionamento entre pai e filho (cf. 1.31), bem à maneira em que eram redigidos os tratados entre suseranos e vassalos no antigo Oriente Médio (cf. 2 Rs 16.7). Particularmente importante neste contexto era a palavra hebraica דֶסֶח] ḥeseḏ] (―amor leal‖), um termo característico da aliança que significa a fidedignidade pactual de Yahweh, o Deus que graciosamente se comprometeu com o bem de Seus escolhidos (cf. 5.10; 7.9, 12; 33.8). Este relacionamento exigia uma resposta volitiva que podia, como tal, ser ordenada (6.5; 10.12; 11.1, 13), um amor que se expressava em obediência aos mandamentos de Yahweh (6.1, 17; 7.11; 8.1) e envolvia a pessoa como um todo (6.5) e toda a comunidade (29.17[18]; cf. Hb 12.15). A mesma reação foi exigida pelo Senhor Jesus Cristo. ―Se me amardes, guardareis os meus mandamentos‖ (Jo 14.15).

O livro de Deuteronômio está repleto de referências à disciplina divina. A própria experiência de Moisés, resultado de seu ato de arrogância, é relatada diversas vezes como prova inquestionável de que Israel não escaparia ileso caso se desviasse do caminho pactual que fora apresentado à nação. Bênção (às vezes identificada como vida) e maldição (ou morte) eram alternativas que Yahweh não apenas previu, mas preordenou para Israel, prevendo cativeiro e exílio (caps. 4 e 28), mas também restauração (4.29-31). É importante observar, mais uma vez, que essa disciplina não é uma fúria caprichosa em operação, mas a conseqüência de um acordo feito entre as duas partes de uma aliança. Os termos da disciplina estavam relacionados às bênçãos propostas na aliança, as quais eram a posse da terra e uma vida de fertilidade e produtividade ali. A imutabilidade do caráter de Yahweh era a garantia de que ambas, bênção e disciplina, aconteceriam, dependendo da resposta de Israel. Aquela geração, como também cada geração subseqüente em Canaã, precisava obedecer aos preceitos da aliança mosaica para desfrutar os benefícios temporais da aliança abraâmica. Caso contrário, seu destino seria a disciplina de Yahweh.

A ADMINISTRAÇÃO DOS PROPÓSITOS DE DEUS

Por não conter trechos significativos de narrativa histórica, Deuteronômio não se presta muito à análise das quatro linhas de intervenção divina na história, tendo em vista o cumprimento do plano de restaurar a soberania mediada de Yahweh (cf. Gn 1.16-28). Mesmo assim, traços desses temas encontram-se no livro, ao lado de outros aspectos mais proeminentes.

Embora haja referências esparsas sobre a presença do mal em Israel e entre os habitantes de Canaã, a quem Israel desapossaria, é no capítulo 4 que mais fortemente se percebe a realidade de que Yahweh soberanamente decide permitir o mal (incredulidade e idolatria) e determina a punição e a restauração de Seu povo escolhido.

Yahweh, ao fazer a promessa da posse da terra a Abraão (Gn 15), afirmou que ainda não se enchera a medida da iniqüidade dos moradores de Canaã. Mais de cinco séculos depois, em Deuteronômio 7 a hora do ajuste de contas chegou para os cananeus e seus vizinhos. O juízo severo seria administrado pelos israelitas invasores sob a forma de um םֶ רֶח) ḥerem, ―anátema‖ ou ―edito de aniquilamento‖), a destruição completa de algo ou alguém como um ato de adoração a Yahweh (cf. 7.2). Um detalhe que precisa ser observado é que o plano divino incluía um cronograma relativamente extenso (7.22, 23), que, conforme a onisciência de Yahweh, antevia não apenas a resistência dos cananeus, mas a própria incapacidade dos israelitas de confiar plenamente em Yahweh para essa conquista.

Em Sua função de suserano e com o compromisso assumido de fazer valer as promessas feitas aos patriarcas, Yahweh liga o livramento para os eleitos com a sua atividade disciplinadora. A libertação é parte do compromisso pactual para qualquer ocasião histórica em que Israel, por ter rompido sua parte no acordo, venha a sofrer as disciplinas da aliança e, reconhecendo seu erro, volte-se a Yahweh em arrependimento e fé. Em Deuteronômio, Yahweh aparece como o Deus poderoso para salvar e desejoso de assim fazer (4.34, 37; 5.15; 6.21,22; 7.19).

Deuteronômio apresenta Yahweh como o Deus Redentor (5.6; 6.21-23; 7.8; 8.14; 13.5-10), que abençoa Seu povo com a libertação, e como o Deus Guerreiro (1.4, 30, 42; 2.15, 21, 22; 3.2, 3, 21, 22; 5.15; 7.1, 2; 9.3-5), que sai à frente de Seu povo e em benefício deste realiza poderosos feitos, especialmente a conquista de Canaã (ainda fato futuro, ao tempo em que o livro foi escrito). A conquista da terra não era a única maneira pela qual Deus abençoaria Seu povo. As conseqüências de uma vida obediente às estipulações da aliança seriam fartura e fertilidade incomuns na Terra Prometida (6.10, 11; 7.13-15; 8.7-10; 11.14, 15; 14.29; 15.4, 6; 28.3-6, 11, 12; 29.5, 6), com abundância de chuvas, colheitas fartas, saúde e vitalidade.

A continuidade da aliança

Duas partes do livro dizem respeito à continuidade da aliança entre Yahweh e Israel. Nos capítulos 27 a 30, freqüentemente chamados de ―A Aliança Palestiniana‖,10 essa questão visa a participação do povo, mas é atacada com a celebração de uma cerimônia de ratificação a ser celebrada em Canaã (27.1-26; cf Js 8). Nessa cerimônia, as doze tribos invocariam sobre si as maldições contidas no capítulo 28 (os itens mencionados no capítulo 27 servem como amostra). Ali, Moisés define o que Israel podia esperar em caso de desobediência à aliança, ratificada nos capítulos 29 e 30, para que Israel entre em Canaã como povo compromissado com Deus. A última grande divisão do livro lida com a continuidade da aliança do ponto de vista de liderança. Ali Yahweh faz provisão para a continuidade da aliança sob uma nova liderança (31.1-29) e sob a bênção do mediador original (31.30–33.29). A bênção profética de Moisés resume a história futura da nação ao afirmar que a inclinação natural de Israel para o mal o levaria a quebrar a aliança e a perder suas bênçãos até que Yahweh o restaurasse a uma glória sem par, depois de discipliná-lo com extremo rigor (31.30–32.47). A bênção de Moisés o relaciona a Jacó, que também abençoara profeticamente as doze tribos em seu leito de morte. Essa divisão termina com uma eulogia a Yahweh, o grande herói do livro de Deuteronômio, por Sua condescendência em Se relacionar com Israel (33.1-5) e por Seu caráter único, que garante o triunfo final de Israel (33.26-29).

ARGUMENTO BÁSICO

O livro começa com um preâmbulo (1.1-5), o qual apresenta Moisés como o mediador da aliança e as circunstâncias (históricas e geográficas) em que essa mediação acontece. Seguindo o padrão dos tratados de suserania, o prólogo histórico (1.6–4.43) apresenta uma visão geral do relacionamento entre Yahweh, o Suserano, e Israel, o vassalo. Isso é feito para o benefício da nova geração, cuja experiência com os eventos importantes de Êxodo 12 a Números 25 não havia sido suficientemente profunda para oferecer uma visão clara de quão admirável era o Deus de Israel e quanto a nação devia a Ele. Assim, a jornada do Sinai (Horebe) e o estabelecimento do sistema jurídico de Israel são recontados em 1.6-18. O restante do capítulo 1 é dedicado ao estrondoso fracasso da geração do Êxodo após a missão dos doze espias (1.19-33). A incredulidade, primeiro (1.34-40), e a independência presunçosa, depois (1.41-46), contra Yahweh liquidaram Israel. Assim como em Números, os 38 anos de peregrinação no deserto são rapidamente mencionados (2.1-3). Os versículos seguintes descrevem os eventos relacionados ao fim daquele período, quando Israel se aproxima da região do mar Morto, onde as nações aparentadas (Edom, Moabe e Amom) deveriam ser respeitadas (2.4-23). As vitórias militares de Israel sobre os amorreus, nas quais a geração do deserto certamente teve grande parte, são recapituladas em 2.24–3.11. A distribuição dos territórios amorreus às tribos da Transjordânia (3.12-20) é um elemento importante no prólogo histórico já que ele oferece uma garantia tangível de que as promessas certamente se cumpririam para aquela geração. De outro lado, a proibição da entrada de Canaã por Yahweh para alguém tão grande quanto Moisés (3.21-29) é um forte argumento em favor da perseverança em obediência, à qual Israel é exortado no capítulo 4. A parte final do prólogo histórico é a exortação de Moisés (4.1-14) para a geração do deserto, à luz do poder assombroso da ira de Deus que haviam experimentado em primeira mão em Bete-Peor (4.1-4). Outras razões para a obediência são a proximidade de Yahweh e a natureza justa das leis que Israel dEle recebera (4.8). A maior ameaça à obediência seria a idolatria, tão dominante em Canaã e tão corruptora em sua influência que levaria Israel a abandonar a aliança e a sofrer sua disciplina (4.15-31). Israel é relembrado da profundidade e amplitude de seus privilégios como incentivo final à obediência (4.32-40). Em vez de olhar 4.41-43 como um pedaço de legislação fora de lugar, como faz a maioria dos comentaristas, é melhor ver essa passagem como uma nota cronológica para indicar exatamente quando esses discursos foram pronunciados. O segundo discurso, as estipulações da aliança, dadas a Israel na época em que a terra a leste do Jordão foi distribuída às duas tribos e meia.

Após uma nota introdutória (4.44-49), os capítulos 5 a 26 contêm as obrigações impostas a Israel em virtude de seu consentimento em tornar-se vassalo de Yahweh. Essas são divididas normalmente em estipulações gerais ou básicas (caps. 5–11), sendo relacionadas à necessidade de obediência a Yahweh e às estipulações específicas ou detalhadas (caps. 12–26), as quais se relacionavam à forma ou ao modo da obediência. Em resumo, os capítulos 5–11 dizem a Israel o da obediência a Yahweh, e os capítulos 12–26 dizem como. A primeira parte dessa divisão contém a reiteração dos Dez Mandamentos (5.1-21) e um anúncio histórico sobre o pedido da nação para que Moisés agisse como mediador da aliança (5.22, 33). O requerimento fundamental é de que a nação corresponda à singularidade de seu Deus com devoção singular a Yahweh (6.1-8), apegando-se a Ele enquanto desfrutam a prosperidade (6.10-12), afastando-se de outros deuses (6.13-19) e passando o conhecimento e temor de Yahweh às futuras gerações (6.20-25). O caráter de Deus e Sua escolha amorosa por Israel são apresentados como as razões por que Israel deveria se abster de associação política, social e religiosa com os habitantes de Canaã; na verdade, eles deveriam ser banidos (em hebraico, םֶ רֶח ,7.1-10). A exortação à obediência cuidadosa é levantada em 7.11, com a motivação das bênçãos da aliança – fertilidade, produtividade, saúde, vitória e paz, desde que a pureza da nação diante de Yahweh fosse mantida (7.11-16). A obediência de Israel dependia da fé, e a fé fundamentava-se no registro histórico dos grandes atos de salvação e julgamento do passado (7.17-26). No capítulo 8, Israel é prevenido contra o pecado da independência. Os 40 anos no deserto tinham como objetivo ensinar a Israel como ser humilde e dependente do Senhor para sua própria sobrevivência e também como reagir à disciplina paternal de Yahweh (8.1-5). Esquecer os grandes milagres do deserto e presumir que pela sua própria força eles haviam conquistado Canaã finalmente levariam à amnésia espiritual, depois à idolatria e finalmente ao exílio da Terra Prometida (8.6-19). A história era importante porque oferecia, por si mesma, todas as provas necessárias para preservar Israel, quando chegasse a Canaã, do orgulho. A perversidade dos cananeus e a promessa aos patriarcas foram as razões para a conquista (9.1-6); a tragédia das grandes traições no Sinai (9.7-22) e em Cades-Barnéia (9.23-29), de outro lado, provia provas suficientes da teimosia de Israel. A história, é verdade, também oferece esperança no fato de que, apesar dessa infidelidade, Yahweh graciosamente restaurou o status de Israel como Seu povo da aliança apresentando uma nova versão de seu código de leis (10.1-6), consagrando a tribo de Levi ao ministério (10.7-9) e considerando a intercessão ampla e intensa de Moisés (10.10, 11). A última parte das estipulações gerais começa reiterando as exigências essenciais, Temas o Senhor teu Deus, […] andes em todos os Seus caminhos, e o ames, e sirvas ao Senhor teu Deus de todo o teu coração e de toda a tua alma, […] guardes os mandamentos do Senhor, e os seus estatutos (10.12, 13), dando razões por que Israel deveria fazê-lo: a escolha de Israel por Yahweh apesar do contraste entre a grandeza deste e a insignificância daquele é a primeira razão (10.14, 15), seguida pelo caráter santo, misericordioso e admirável de Yahweh (10.16-21) e pela Sua fidelidade às promessas (10.22). Os poderosos feitos do passado recente de Israel, tanto no Egito quanto no deserto (11.1-7), são dados como motivação para a observância cuidadosa das prescrições (que Moisés finalmente apresentará) para conseguir novas bênçãos relacionadas à Terra Prometida e não se deixar enredar pela idolatria e suas terríveis conseqüências (11.8- 17). Fica claro, quando vemos as instruções quanto ao testemunho constante – seja oral, seja escrito, seja visual – da natureza e significado dos mandamentos de Yahweh, que essa obediência não viria facilmente (11.18-25). Israel precisaria de uma educação ininterrupta através de suas gerações.

As estipulações gerais são concluídas com a seguinte escolha diante de Israel: obediência que leva à vida e desobediência que leva à morte. Essa escolha é tão séria que a nação foi instruída a transformá-la em um recurso visual de proporções gigantescas em uma cerimônia de renovação pactual no monte Ebal e no monte Gerizim (11.26-32). As estipulações específicas (12.1–26.19) são relacionadas ao propósito do livro por oferecer as diretrizes minuciosas pelas quais Israel poderia garantir fidelidade individual e nacional que asseguraria prosperidade e alegria na Terra Prometida. A primeira área da vida pactual a ser tratada era a religiosa ou cultual. Assuntos relacionados à adoração são compreendidos entre 12.11 e 16.17. Antes que Israel pudesse adorar a Yahweh condignamente era necessário remover o perigo do sincretismo destruindo os ídolos cananeus e profanando seus ותֹמָב) bāmôṯ), os lugares altos de culto (12.1-4). A adoração prestada por Israel deveria centralizar-se no local designado por Yahweh (12.5-7). A maneira imperfeita de adorar que prevalecera nos 40 anos de peregrinação deveria dar lugar aos rituais completos prescritos por Moisés (12.8-14). Já que a vida em Canaã seria consideravelmente mais abastada que no deserto, Israel deveria ser alertado de que essa nova abundância não deveria degenerar-se em glutonaria irrestrita (e na idolatria em geral associada a ela). O sangue continuaria a ser sagrado, derramado no chão, nunca ingerido, como memorial do alto valor da vida aos olhos de Yahweh (12.15-25). A limitação do sacrifício e da consagração a um lugar único visava poupar Israel dos rituais horríveis praticados pelos cananeus e suas terríveis conseqüências; associação ou mesmo curiosidade no presente poderia significar enredar-se no futuro (12.26-31). Tão grande era o fascínio da idolatria que mais um capítulo é dedicado a alertar Israel contra ele. O fascínio da idolatria deveria ser evitado e punido, vindo de fonte religiosa (13.1-5), ou mesmo familiar (13.6-11). A pronta punição é o melhor freio para a idolatria. Mesmo comunidades inteiras não deveriam ser poupadas em caso de idolatria, já que seu pecado seria a fonte da ira de Yahweh (13.12-18). Os capítulos 14 e 15 apresentam uma variedade de leis rituais e sociais com vistas a representar a totalidade do código de leis contido em Êxodo e Levítico. A santidade de Israel como povo de Deus deveria preservá-lo das práticas cerimoniais dos cananeus como laceração ou raspagem do alto da cabeça, associada aos rituais do luto (14.1-3). A conexão dos três primeiros versículos com a lista de alimentos proibidos poderia ser cultual, se bem que não se exclui a possibilidade de razões fisiológicas. A lista de Deuteronômio (14.4-21) é mais representativa do que exaustiva, e a razão por trás dessas restrições, mais uma vez, é a posição privilegiada de Israel como nação santa de Deus. O compromisso de Israel com Yahweh deveria ser demonstrado em sua fidelidade em usar o dízimo para propósitos religiosos, tanto o sustento do pessoal ligado ao culto quanto coisas necessárias à adoração e à comunhão apropriadas (14.22-27). Particular atenção era dada aos dízimos socialmente orientados, que deveriam beneficiar os levitas, como também os menos favorecidos e os estrangeiros (14.28, 29). O amor fiel a Yahweh deveria ser mostrado em generosidade para com as pessoas carentes à luz da certeza das ricas provisões divinas (15.1-18). Perdão das dívidas e empréstimos generosos deveriam ser a marca de Israel sob a aliança mosaica (15.1-11)! Isto é seguido pelo mandamento de libertar os escravos hebreus ao final do sexto ano de serviço (15.12-18). As razões para esse procedimento eram gratidão a Yahweh pelo livramento do Egito e fé que Ele abençoaria a obediência. Uma última demonstração de gratidão e confiança seria a oferta de animais primogênitos perfeitos a Yahweh (15.19- 23).

A próxima parte encoraja fidelidade exigindo observância cuidadosa às festas prescritas (16.1-17). Cada israelita do sexo masculino deveria vir ao santuário central (ainda a ser indicado) a fim de celebrar as festas da Páscoa (16.1-8), das Semanas (16.9- 12) e das Cabanas (16.13-17). Isso não significa que as outras festas tivessem sido abolidas, apenas que estas três festas exigiam peregrinação ao local que Yahweh escolheria (16.6). Mudando do sagrado para o secular, se tal distinção pode ser feita em Israel, Moisés encoraja amor fiel ao expor as leis que deveriam controlar a vida civil de Israel (16.18– 25.19). Os juízes e seus deveres são tratados primeiro, em 16.18-20, já que eles eram o primeiro modo de governo civil estabelecido sob a aliança. Em seguida, Moisés trata com a idolatria e suas implicações civis (16.21–17.7). Tanto o sincretismo (16.21) quanto a idolatria explícita são igualmente abomináveis diante de Yahweh e dos juízes, e Israel, após investigação apropriada e confirmação de duas testemunhas, deveria fazer valer a pena de morte para a erradicação do mal (17.7). Juízes deveriam trabalhar em estreita conexão com os sacerdotes e sob a instrução destes, quando uma resolução clara não pudesse ser discernida na esfera civil (17.8-13). No programa de Yahweh para Israel havia provisão para a monarquia. O critério para um rei fiel é que ele deveria ser israelita, não deveria procurar poder militar, engrandecimento por meio de alianças políticas, ou impostos excessivos, mas submissão à הָ ורֹת) ּtôrâ), a instrução de Yahweh (17.14-20). Já que os levitas e sacerdotes tinham papel tão crucial na vida de Israel, é apropriado que as leis, concernentes ao sustento e à oportunidade de trabalho no santuário central, apareçam junto às instruções sobre o futuro rei (18.1-8). A condenação de práticas abomináveis é apropriadamente colocada entre o ministério dos levitas e sacerdotes e a dos profetas (18.9-13). As práticas alistadas aqui, examinadas por ambos os tipos de líderes, seriam evitadas em Israel. Moisés focaliza particularmente a adivinhação, a tentativa de predizer ou controlar o futuro usando magia, associada muitas vezes à profecia (18.14-22). A promessa de Yahweh era de levantar um profeta que seria mediador, como Moisés (18.15, 17, 18), e Sua prescrição era de que profetas que proclamassem a si mesmos profetas ou profetas idólatras deveriam ser eliminados. O conjunto seguinte de leis (19.1-21) trata de questões judiciais. A legislação concernente às cidades de refúgio (19.1-13) lida, na verdade, com a questão maior da santidade da vida e com a questão subordinada da vingança do sangue. Israel deveria punir homicidas dolosos (assassinos) e proteger os homicidas culposos (crimes nãointencionais). Um versículo lida com a importante questão da propriedade da terra (19.14). A apropriação fraudulenta de marcos de propriedade era um crime contra o qual o próprio Yahweh tomaria medidas punitivas (cf. Pv 23.10, 11). O parágrafo final desse conjunto (19.15-21) lida com o número e o caráter de testemunhas. O perjúrio era crime punido com a famosa lex talionis, a lei da retribuição (v. 21), de modo que Israel deveria levá-lo a sério. Uma das características importantes da aliança era o compromisso de Yahweh em lutar por Israel em suas guerras. O capítulo 20 oferece diretrizes para a guerra, que incluem o estímulo à fé pelo (sumo) sacerdote e os critérios para identificar e excluir soldados com potencial para causar problemas (20.1-9). O importante papel designado aos sacerdotes aqui sugere uma vez mais que a conquista não foi um mero conflito humano, mas a ação de Yahweh fazendo a guerra em favor de Seu povo. As nações que ficavam fora do perímetro de Canaã deveriam receber condições de rendição (i.e., trabalhos forçados, 20.10, 11) e, caso estas fossem recusadas, deveriam sofrer cerco e eliminação dos homens (20.12-15). Em Canaã, todavia, cidades seriam consignadas ao םֶ רֶח) ḥerem), o decreto divino de aniquilamento, de modo a não contaminar a pureza de Israel com suas influências idólatras. Ao envolver-se em uma guerra, Israel deveria agir com sabedoria, evitando a devastação completa de regiões, cuidando das árvores frutíferas e usando apenas árvores não-frutíferas para implementos bélicos (20.19, 20).

O último conjunto de preceitos (21.1–25.19) lida uma vez mais com regras civis ou sociais. O assassinato era uma mancha no tecido da vida social de Israel, e suas conseqüências malignas deveriam ser evitadas por meio de um sacrifício simbólico por meio do qual a responsabilidade (mas não a culpa) por um homicídio não resolvido fosse aceita pelos anciãos de uma comunidade (21.1-9). Os direitos da mulher capturada (21.10-14), os direitos do primogênito em uma sociedade crescentemente complexa (21.15-17) e o dever paterno de levar seu filho ao tribunal por sua conduta pecaminosa (21.18-21) formam um código doméstico de conduta, bem alinhado com as ênfases domésticas do discurso do עַ מְּ ש) š em ʿ) no capítulo 6 (cf. 6.4 s.). Seguem-se diversas leis (22.1–25.19), que delineiam a base ética para a conduta social de Israel. Os israelitas deveriam ser mutuamente benevolentes (22.1-4), como também deveriam manter os sexos distinguíveis por meio de vestes características (22.5). O respeito à vida deveria ser demonstrado para com a mais ínfima criatura, até chegar ao homem, a forma mais importante de vida (22.6-8). O princípio da separação deveria se manter evidente na proibição de misturas em áreas como agricultura (22.9,10) e vestuário (22.11, 12). O casamento era altamente valorizado por Yahweh, e Israel deveria refletir esse valor. Assim, tanto o sexo pré-conjugal quanto acusações infundadas entre os cônjuges eram passíveis de punição (22.13-21). O adultério era punido com morte tanto do homem quanto da mulher (22.22), bem como a fornicação com uma mulher comprometida no contexto da cidade (22.23,24), uma vez que sugeria o chamado mútuo consentimento. No caso de um encontro sexual fora dos limites da cidade, em que o estupro era a situação mais provável, a mulher teria o benefício da dúvida (22.25-27). Relações sexuais com uma jovem não comprometida eram passíveis de multa e, nesse caso, o casamento era obrigatório (22.28, 29). Por fim, o incesto era claramente proibido com base na santidade de Yahweh e na santidade de Israel, dela derivada (22.30). Os dois parágrafos seguintes lidam com pureza ou limpeza. Certas pessoas ficavam permanentemente excluídas da participação na assembléia, como os emasculados (por atos religiosos), os filhos de prostitutas cultuais, os moabitas e os amonitas (23.1-6). Egípcios e edomitas, todavia, teriam acesso à assembléia de Israel depois de três gerações (23.8). Regras sanitárias de pureza durante a guerra santa foram oferecidas não apenas para garantir um ambiente livre de doenças, mas também para demonstrar, pela higiene e limpeza, o caráter santo de Yahweh (23.9-14). O último, e bem longo, conjunto de leis lida com o tópico maior de harmonia social como um subproduto do amor leal a Yahweh demonstrado pela obediência (23.15– 25.19). Em 23.15-24, as leis lidam com o asilo a escravos estrangeiros, a proibição da prostituição cultual em Israel, a limitação dos juros cobrados a estrangeiros, o pronto cumprimento dos votos e o respeito pela propriedade alheia no desfrute da hospitalidade e generosidade de outros. Leis concernentes ao casamento proíbem a promiscuidade conjugal, como o divórcio e o novo casamento constantes (24.1-4), e prescrevem um período de um ano para o ajuste conjugal, durante o qual nenhum compromisso social adicional seria colocado sobre o novo marido (24.5). O respeito à vida e a garantia de condições decentes para o seu desfrute são o tema que dá coesão ao próximo grupo de leis (24.6–25.12). Apodícticas em natureza, elas protegem a propriedade individual limitando a cobrança de juros e penhoras (24.6, 10- 13), exortam ao cuidado com a legislação relacionada à saúde (24.8, 9), condenam a exploração do trabalhador (24.14, 15), garantem justiça igual a todos os membros da sociedade (24.16-18) e propõem uma provisão generosa da sociedade para com os necessitados (24.19-22). As leis casuísticas que se seguem (25.4 é uma exceção) lidam com a dignidade da vida humana (25.1-3), com o valor da vida humana e da linhagem individual (25.5-10), e o cuidado para com a integridade pessoal e, talvez o ―recato feminino‖ (25.11, 12).11 Essa divisão termina com uma proibição clara da desonestidade nos negócios (25.13-16) e com uma ordem nacional de que Amaleque, que se tornara para Israel a epítome da traição, seja destruído (25.17-19). O capítulo 26 conclui o segundo discurso (as estipulações da aliança) indicando duas cerimônias pelas quais os israelitas reconheceriam publicamente sua dívida para com Yahweh (a oferta das primícias, 26.1-11) e seu compromisso com Ele em fé (a apresentação dos dízimos do terceiro ano, 26.12-15). A ordem de Yahweh a Israel era a obediência integral de coração a Seus mandamentos em resposta ao compromisso divino de ter Israel como Seu povo particular, com todos os privilégios inerentes a essa condição (26.16-19). O terceiro discurso de Moisés é a ratificação da aliança, ocasionalmente chamado de aliança palestiniana, basicamente a aplicação da aliança mosaica ao novo Sitz im Leben da nação (27.1–30.20).

O capítulo 27 contém a ratificação da aliança, que é antecipada na Transjordânia, mas descrita da perspectiva da conquista (efetivamente concretizada em Josué 8). Israel deveria erigir um memorial de seu compromisso para assim melhor obedecer às leis que Yahweh lhe dera (27.1-4). Isto deveria ser seguido pela construção de um altar e pela participação nacional em uma refeição de comunhão, celebrando a aliança (27.5-8). As doze tribos deveriam depois participar de uma proclamação de bênçãos e maldições representativas sobre os montes Ebal e Gerizim (27.9-26; somente as maldições estão aqui alistadas). No capítulo 28, Moisés, como o grande mediador, confronta Israel com as opções da aliança: a obediência traria a bênção (28.1-14), ou seja, fertilidade, produtividade, vitória em combate, respeito de outras nações, ciclos agrícolas normais e plena prosperidade. A desobediência à aliança, no entanto, traria disciplina divina e ruína nacional (28.15-68), ou seja, esterilidade, doença, seca, derrota, caos social, zombaria de outras nações, falta de sentido na vida e frustração pelo esforço inútil, pragas, exílio, pobreza, canibalismo e expulsão da Terra Prometida. Os capítulos 29 e 30 constituem a verdadeira renovação da aliança antes da entrada em Canaã, uma vez que Israel precisaria entrar na terra como nação pactual. Em 29.1-9, Moisés relembra a Israel as misericórdias passadas de Yahweh, explicando a seguir o significado da cerimônia da qual participariam (29.10-15), enfatiza a necessidade da obediência individual e sua importância (29.16-22) e retrata as terríveis conseqüências de uma negligência arrogante para com os preceitos revelados na aliança de Yahweh (29.23-29). A onisciência de Yahweh lhe permite traçar o curso da história de Israel e predizer a ruína e a restauração depois da derrota e do exílio (30.1-10). Esses versículos cobrem as páginas da história, passada e futura, da conquista de Canaã ao estabelecimento do reino messiânico. A divisão final do terceiro discurso é um encorajamento ao povo, demonstrando que o que Yahweh havia exigido deles não estava além de sua capacidade de alcançar ou perceber (30.11-14). Assim, a escolha estava perante a nação: Yahweh era sua vida, por meio de amor leal expresso em obediência; a apostasia significaria morte, destruição prematura e expulsão da Terra Prometida. O discurso termina com uma exortação vibrante − escolhe, pois, a vida (30.15-20). A última divisão principal do livro trata da continuidade da aliança e do testamento espiritual de Moisés para a nação (31.1–34.12). Assim como o tratado secular suserano fazia provisões para a contínua vassalagem a seu herdeiro real, Yahweh ordenou a Moisés que conduzisse Josué ao papel de mediador, uma vez que a aliança teria de ser renovada depois da conquista de Canaã (31.1-8, 23). Os sacerdotes e levitas teriam a responsabilidade de ler a aliança perante a assembléia na Festa das Cabanas, a cada sétimo ano (ano sabático), para manter sua memória viva para toda geração (31.9-13). A despeito de tais provisões, Moisés foi avisado por Yahweh de que Israel, de fato, abandonaria sua lealdade (30.14-18) e que Yahweh tomaria providências para que Israel ficasse sem desculpas. Essas providências incluíam um cântico (31.19-22; 31.30–32.43) e a colocação de uma cópia da aliança junto à arca do pacto, como testemunho contra a obstinada desobediência de Israel (31.24-29).

Este cântico funcionaria como ―parte do testemunho à renovação da aliança; sempre que os israelitas o cantassem, dariam testemunho de sua compreensão dos termos plenos e das implicações da aliança, bem como de sua concordância com os mesmos‖. 12 A mensagem do cântico é basicamente idêntica à da divisão que continha as bênçãos e as maldições pactuais: A natureza inconstante de Israel o levará a quebrar a aliança e a perder suas bênçãos até que Yahweh o restaure com maior glória após discipliná-lo com profundo sofrimento. O cântico contém uma invocação de testemunhas (32.1, 2), uma declaração de louvor a Yahweh, a Rocha fiel (32.3, 4), a denúncia da infidelidade de Israel (32.5, 6), a recapitulação dos primeiros dias de Israel sob a proteção de Yahweh (32.7-14) e de seus últimos dias alienado Dele (32.15-18) e a proclamação de maldições contra os infiéis (32.19-35) e de bênçãos sobre os fiéis por meio do julgamento e da restauração soberanos executados por Yahweh (32.36-43). O cântico foi ensinado a Israel na presença dos dois mediadores − o que terminava sua obra e o que estava prestes a começar a sua (32.44-47). Depois de ser avisado de sua morte iminente (32.47-52), Moisés pronuncia sua bênção profética sobre as tribos. Este é o seu testamento espiritual, que estaria em vigor para Israel depois de sua morte, servindo como um complemento para a bênção patriarcal de Jacó (Gn 49). A introdução dessa bênção-testamento oferece louvor a Yahweh por Seu compromisso com Seu povo como Rei, a despeito de Sua glória e majestade anteriores (33.1-5); a seguir, Moisés pronuncia uma bênção sobre cada tribo (33.6-25) e celebra o caráter peculiar de Yahweh, o Deus que garante o triunfo final de Israel (33.26-29).

A nota fúnebre de Moisés, mais provavelmente escrita por Josué, descreve sua visão de Canaã (34.1-4), sua morte, seu sepultamento (34.5-8), sua sucessão por Josué (34.9) e sua singularidade como profeta e mediador da aliança (34.10-12). Uma era se encerrava, e o dia do cumprimento de antigas promessas estava raiando.

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