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A Teologia do livro de Oséias

O livro começa com um ato público simbólico no qual Yahweh ilustra a infidelidade de Israel a Sua aliança e as graves conseqüências de tal violação. Oséias se casa com uma mulher cuja fidelidade conjugal é logo questionada. Seus sentimentos de amor e rejeição se tornam símbolo da reação de Yahweh à infidelidade de Israel. Os nomes dos filhos de Oséias refletem a deterioração da situação de Israel diante de Deus. A nação é desprovida não apenas de seus privilégios, mas também de tudo que ela colocara no lugar de Deus − idolatria espiritual, intrigas políticas e prosperidade material. O capítulo 3 ilustra a divina restauração final de Israel após longo período de privação. Antes que tal restauração surta efeito, Israel ficará sem seu sistema original de adoração, sem rei, e sem a mancha da idolatria.

A partir do capítulo 4, não se encontram mais atos simbólicos. A maior parte do material se constitui de discurso profético, envolvendo os mesmos dois segmentos básicos, julgamento pelo pecado e livramento final. Nos capítulos 4.1–6.3, a culpa de Israel é definida (4.1) e expandida, enquanto diferentes classes são denunciadas por suas transgressões. O arrependimento e devoção de Israel são apresentados como temporários e superficiais (5.15–6.11). Os ciclos de culpa e punição continuam em 6.4–11.11. Enquanto a nação se afunda em idolatria, o caos social e a instabilidade política se espalham (8.1-14). O alívio aparente ocasionado pela trégua temporária com a Assíria não deveria ser razão para regozijo, pois a destruição final é certa conforme as maldições da aliança (fome, penúria e exílio; cf. 9.10-17). Privilégios desprezados trazem severas punições pelas mãos da Assíria (11.8). Mesmo assim, em meio a esse cenário sombrio, a luz do amor leal de Yahweh brilha em um quadro de terna restauração (11.9-11). As ameaças de castigo continuam enquanto a natureza enganadora da nação é rastreada até seu antecessor, o patriarca Jacó (12.3,4, 12-14), e desenvolvida em seus aspectos social e religioso (12 e 13). Ao término da acusação, o veredicto de Deus sobre Samaria é lido e sua sentença anunciada (13.16). Mesmo assim, enquanto o último golpe é desfechado, o amor restaurador de Deus chama Israel ao arrependimento (14.1). Apesar de certamente aplicável (embora aparentemente impossível) à própria geração de Oséias, o arrependimento é apresentado a um remanescente como a condição necessária para a restauração. A única esperança para Israel é abandonar o culto a Baal e voltar-se para Yahweh, seu amoroso marido/Deus (14.4-9).

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